13/3/2014 às 19h02 (Atualizado em 13/3/2014 às 20h00)
Segundo governo, ainda não é possível saber se contas de luz ficarão
mais caras
Do R7, com agências
O governo anunciou
nesta quinta-feira (13) que fará um aporte de mais R$ 4 bilhões para cobrir os
gastos extras com o setor elétrico em 2014. Os gastos serão repassados para o
consumidor, mas apenas em 2015.
“Vamos tomar medidas
para dividir o ônus entre a União, os consumidores e sistema elétrico”,
explicou o ministro da Fazenda Guido Mantega.
O governo, que já
havia previsto R$ 9 bilhões em seu orçamento para o setor, vai acrescentar mais
R$ 4 bilhões do Tesouro Nacional para cobrir os gastos excedentes com a energia
vinda das usinas termelétricas. Mais caras que a hidrelétricas, as
termelétricas tiveram de ser acionadas este ano por causa da falta de chuvas.
Além disso, o governo
vai autorizar a contratação de um financiamento privado de até R$ 8 bilhões pela
CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) para que as distribuidoras
paguem as dívidas com as geradoras.
Na semana passada, o
governo repassou R$ 1,2 bilhão para as concessionárias de distribuição de
energia elétrica, para neutralizar as despesas das empresas. Os recursos são
uma antecipação do orçamento de R$ 9 bilhões.
O governo decidiu
também fazer um leilão de energia hidrelétrica e térmica, no dia 25 de abril,
para que as distribuidoras possam contratar energia das geradoras, e não precisar
mais recorrer ao mercado livre para comprar energia. Mantega garantiu que não
haverá alteração das regras contratuais vigentes. A entrega dessa energia deve
começar a partir de maio.
Conta
ficará mais cara?
Segundo o governo,
esses gastos extras só serão repassados para as contas em 2015. Ainda não foi
definido se isso será repassado de forma imediata ou aos poucos.
Com a decisão, a
conta de luz deve subir nos próximos meses, mas o aumento será inferior ao que
ocorreria se o governo não entrasse com os recursos. Por outro lado, o fato de
o Tesouro Nacional bancar parte das despesas dificulta o cumprimento da meta de
superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública)
de 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto) — estimado em R$ 99 bilhões para este
ano.
Para o governo, no
entanto, ainda não é possível saber se as contas de luz ficarão mais caras.
Isso porque o governo
ainda conta com a disponibilidade de 5.000 megawatts que retornarão ao seu
poder no ano que vem após o fim de contratos de venda privados.
Segundo o diretor da
Aneel, Romeu Rufino, já estava prevista uma redução da tarifa de luz em 2015
com o retorno dessa energia.
— Vamos usar um pouco
disso [para amenizar um possível aumento nas contas de luz]. Pode ser que [a
tarifa] caia menos ou aumente um pouco.
Entenda
As distribuidoras de
energia têm tido gastos maiores nos últimos meses por causa do aumento do uso
de energia de termelétricas, que é mais cara.
As termelétricas são
mais utilizadas quando há menos água nos reservatórios das hidrelétricas, como
está acontecendo neste momento.
Além disso, por causa
do insucesso na contratação de energia no leilão realizado pelo governo no ano
passado, as distribuidoras precisaram comprar energia no mercado de curto
prazo, que custa mais caro em épocas de escassez de chuva, para abastecer os
consumidores.

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