Vasco pede anulação do jogo contra o Flamengo


Para especialistas, são nulas as chances do Vasco ter sucesso

 
Márcio Araújo empurra bola para dentro do gol de Martín Silva Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Márcio Araújo empurra bola para dentro do gol de Martín Silva Alexandre Cassiano / Agência O Globo
No dia seguinte à perda do título para o Flamengo com um gol irregular, o Vasco procurou adotar uma reação forte que correspondesse à indignação do clube e dos torcedores.
O presidente Roberto Dinamite, ao lado do advogado do clube, Marcelo Macedo, anunciou quatro ações que serão adotadas, uma na Justiça comum e outras três na desportiva, incluindo um pedido de anulação do jogo e punições ao árbitros e contra o goleiro Felipe pela polêmica declaração de “roubado é gostoso”.
O primeiro passo será pedir a anulação do jogo no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), alegando que houve erro de direito (de não aplicação da regra) e não erro de fato (equívoco dos árbitros na interpretação dos lances).
Para especialistas em direito esportivo ouvidos pelo GLOBO, são nulas as chances de o Vasco ter sucesso.

- É um erro gravíssimo, com o agravante da manipulação da súmula. A súmula foi manipulada para parecer que foi um erro de fato, e não um erro de direito, e nós vamos provar que foi um erro de direito para pedir a anulação da partida na Justiça
Desportiva -disse Marcelo Macedo, advogado do Vasco.
No caso do gol de Márcio Araújo, o Vasco teria de provar que o auxiliar Luiz Antonio Muniz de Oliveira tinha consciência de que o jogador estava impedido e optou por não aplicar a regra do impedimento.
O Vasco alega que o árbitro, ao dar na súmula do jogo o gol a Nixon, tentou manipular o caso.
Se o processo for à frente no TJD, o simples depoimento do auxiliar garantindo que errou involuntariamente, seja por não ter visto o impedimento de Márcio Araújo ou por ter achado que o gol foi de Nixon, deverá ser suficiente para deixar configurado que houve erro de fato.
O Vasco sabe que não conseguirá anular a partida. Por isso, já definiu o segundo passo na sua estratégia, que será entrar, na Justiça Cível, com uma ação contra a Federação de Futebol do Rio (Ferj), pedindo indenização pelos prejuízos financeiros com a perda do título.
O clube ainda não decidiu quanto vai pedir, mas a diretoria estima que o clube possa deixar de arrecadar até R$ 20 milhões por causa do vice-campeonato.
Nesta conta, além da premiação de R$ 3,5 milhões pelo título, estão itens menos concretos, como um possível aumento de associação ao programa sócio-torcedor e a valorização e posterior venda de atletas do elenco, além de a chance de fechar novos patrocínios.
Com uma lista de erros contra o clube e de notificações à Ferj pedindo melhorias na arbitragem, o clube tentará provar que a federação não zelou pela qualidade da arbitragem.
— Se o jogo não for anulado, teremos a certeza do prejuízo. Vamos ver se, doendo no bolso, a Ferj sai da inércia. Não é por causa de um erro, o da final.
É ser reparado por tudo o que a Ferj não fez pela arbitragem, obrigação dela — disse o diretor-jurídico Gustavo Pinheiro.
Assim, processando a Ferj na Justiça comum por erros em todo o campeonato, o Vasco tenta evitar a contradição entre pedir a anulação de um jogo e ao mesmo tempo uma indenização por um erro cometido dentro dele.
Será inédito se a Justiça conceder indenização a um clube por um erro de fato de arbitragem numa competição esportiva.
As outras ações são o pedido, à CBF e à Fifa, da exclusão dos árbitros que apitaram o jogo e a denúncia, à promotoria do TJD, do goleiro rubro-negro Felipe por ter ferido a conduta desportiva.
Globo

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