Sem nenhuma boa proposta oficial de outra equipe, o estafe do jogador teve de ceder e aceitar a proposta atleticana. O desejo de Guilherme e seus procuradores era firmar um novo contrato de quatro anos e valores por volta de R$ 20 milhões, contando salários, luvas e comissões. Com essa renovação até o final do ano, é certo que uma nova rodada de conversas vai acontecer nos próximos meses.Foi uma novela longa, chata e com poucos personagens. Mas finalmente a narrativa sobre a renovação de Guilherme com o Atlético-MG chegou ao capítulo final. Em reunião que aconteceu na noite desta segunda-feira, em Belo Horizonte, o presidente Daniel Nepomuceno e um dos empresários do atleta, Ivan Suárez, chegaram a um acordo. Assim, o vínculo de Guilherme que se encerraria nesta quarta (25) foi estendido até dezembro de 2015.
A procura por outros clubes existiu, mas os valores pedidos e o tempo que o jogador passou no departamento médico nas últimas quatro temporadas assustaram. Nesse caso, até mesmo o contrato por produtividade proposto pelo Atlético no começo de 2015 e prontamente rejeitado, passou a ser considerado como opção. Uma vez que Guilherme está inscrito na Libertadores e só pode atuar na competição pelo clube mineiro.
Até mesmo o técnico Levir Culpi já não suportava mais falar sobre o assunto. O treinador jamais escondeu que conta como Guilherme. Ao ser questionado sobre a proximidade da renovação, o treinador declarou não estar por dentro do assunto. Porém, Levir fez um pedido. Que o jogador fique apenas se estiver satisfeito. "Oficialmente não tenho a informação. Sei que estão em negociação. Seria bacana ter um jogador com a qualidade técnica do Guilherme. Acima de tudo é importante que se entendam. Se não se entenderem, é melhor não ficar".
O UOL Esporte mostra alguns pontos que foram determinantes nessa história que durou quase 11 meses.
Investimento de R$ 14 milhões
Em março de 2011, Guilherme chegou ao Atlético como o grande reforço para a temporada. A transação aconteceu semanas depois de o clube vencer o ídolo Diego Tardelli para o Anzhi, da Rússia. O jogador veio do Dínamo de Kiev e custou 6 milhões de euros (cerca de R$ 14 milhões na época). Um dos fatores que pesam para o clube na renovação é sentir que não levou prejuízo. Embora, o jogador já tenha se mostrado contra essa hipótese.
"É uma coisa que sinto, que quero ficar porque precisam de mim. Não por ser um rombo de um investimento. Quero que me queiram por gostarem de mim", comentou Guilherme na única entrevista que ele deu em 2015, no começo de janeiro, na Cidade do Galo.
Em campo o meia já deu o retorno do valor investido pelo Atlético. A final do Mineiro em 2012, o gol contra o Newell's, na semifinal da Copa Libertadores, os pênaltis nas decisões contra o próprio Newell's e o Olímpia, ambos na Libertadores de 2013, e a grande atuação contra o Corinthians, nas quartas de final da Copa do Brasil garantiram dinheiro e conquistas para o clube.
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Presenças constantes no departamento médico
Guilherme chegou ao Atlético em março de 2011, mas só foi regularizado para jogar a partir do Campeonato Brasileiro, em maio do mesmo ano. Desde então o clube entrou em campo 255 vezes e o meia esteve presente em 130 delas. Um dos fatores que fizeram Guilherme ter pouco mais de 50% de participação nos jogos do Atlético nas últimas quatro temporadas é a constante presença no departamento médico. A outra foi a passagem de Ronaldinho Gaúcho pela Cidade do Galo, que era o titular da posição.
Ao todo foram 15 vezes que o jogador acabou vetado pelo departamento médico. Somente uma não foi problema muscular, mas uma pancada no tornozelo. As outras 14 oportunidades foram por mais diversos motivos, mas sempre musculares.Até mesmo recebendo um tratamento todo especial, como era desenvolvido durante a pré-temporada, Guilherme não escapou de uma nova lesão, dessa vez na coxa direita.
A falta de regularidade evita qualquer valorização do Atlético e afastou clubes interessados, já que os valores pedidos pelos agentes de Guilherme não condizem com o número de minutos que ele fica em campo.
Mercado escasso valoriza o jogador
O único ponto em que Guilherme levou vantagem na negociação com o Atlético foi a falta de outras opções para a posição dele. A busca por um camisa 10 é mundial, tanto que jogadores veteranos continuam em alta. Com as saídas de Ronaldinho e Diego Tardelli, o Atlético perdeu esse jogador referência e o técnico Levir Culpi já indicou que precisa que alguém assuma essa função na equipe.
Como Guilherme já está na Cidade do Galo, a renovação de contrato é muito mais barata do que buscar outro atleta no mercado. Além da escassez de jogadores na posição, os valores pedidos assustam quaisquer interessados. Ciente da dificuldade que é conseguir um jogador do nível de Guilherme, Levir Culpi já declarou que conta com o jogador.
"Eu conto com ele. Chegar aonde chegou como ele, não é para qualquer um. Ele teve uma vida diferente. Eu tenho prazer de vê-lo jogando. Gostaria de contar com ele. Se ele puder ficar, vai ser muito legal", disse o treinador em outras oportunidades.
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Relação de amor e ódio com a torcida
Carrasco do Atlético na época em que defendia o Cruzeiro, Guilherme chegou para substituir um ídolo e jamais teve vida fácil na Cidade do Galo. O momento de sua contratação e os valores envolvidos, fizeram o jogador sofrer uma cobrança muito maior do que a normal. Algo que só diminuiu em 10 de julho de 2013, quando marcou o gol decisivo diante do Newell's.
A constante presença no departamento médico é outro motivo que faz a torcida questionar ainda mais o meia. Essa relação de extremos incomoda um pouco o jogador, embora não fale abertamente sobre o assunto. Como optou por permanecer na Cidade do Galo mais alguns meses, Guilherme sabe que vai ser um novo período com muita cobrança por parte do torcedor alvinegro
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