Criado
oficialmente no ano de 2007, o Grupo de Resposta Tática (GRT), passou a
integrar a estrutura da Polícia Civil do Maranhão junto ao Departamento de
Operações Táticas Especiais (DOTE) subordinados diretamente ao Delegado Geral
da Polícia Civil do Maranhão. Na prática, o Grupo planeja, investiga e executa
ações táticas especiais.
Sua estrutura é composta exclusivamente de
Delegados de Polícia Civil, Investigadores de Polícia Civil e Escrivães de
Polícia Civil, que possuam o COTE (Curso de Operações e Táticas Especiais) que
participam rotineiramente das missões mais arriscadas e relevantes de combate
ao crime. Tem na discrição uma característica importante, pois sempre auxilia
nos trabalhos de outros Departamentos e de Delegacias da Polícia Civil.
Um dos
investigadores do GRT , que por motivos de segurança não será identificado ,
disse que o Grupo tem em sua competência as investigações e ações táticas nos
casos de crime de extorsão mediante sequestro, ações táticas e resgate de
reféns em crises que envolvam reféns instalados, o cumprimento de mandados
judiciais de busca e de prisão de alto risco, auxílio em operações de combate
ao narcotráfico e ao crime organizado, operações conjuntas com as Polícias
Federal, Rodoviária Federal, Militar e de outras unidades da Federação,
varredura e reconhecimento de artefatos explosivos com a consequente destruição
dos mesmos, sem riscos para a população e a segurança para dignitários e
autoridades brasileiras ou internacionais que se encontrem ou não em situação
de risco no País.
E com tanto êxito adquirido nos últimos 13
anos, o Grupo de Resposta Tática passou a ser referência nacional ao ponto de
ministrar cursos, estágios, aulas e palestras sobre operações táticas especiais
para as Polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal e demais órgãos do
Sistema de Segurança Pública do Maranhão ou de outros Estados da Federação e
por fornecer apoio Tático Operacional a qualquer Unidade da Polícia Civil que
necessite de auxílio especializado.
“O policial civil do GRT tem a
possibilidade de ministrar ou receber Treinamentos em outros Estados da Federação
ou até mesmo de nível internacional. O GRT já recebeu treinamentos táticos em
outros Estados, como por exemplo: TIGRE/PR, CORE/RJ, DOE/DF, bem como ministrou
aulas para os Grupos de Operações Especiais do Estado do Ceará, Tocantins e
Piauí”, enfatizou o investigador do GRT.
Internacionalmente alguns de seus membros
já treinaram nos Estados Unidos, América Central, América Latina e na Europa,
bem como já receberam aulas de integrantes de Grupos Especiais dos Estados
Unidos, Israel e França. Portanto, saiba que um Policial Civil do GRT tem
possibilidade de trocar experiências com as melhores Forças Especiais do Brasil
e do mundo.
O Grupo combate à criminalidade organizada,
principalmente às questões de roubo a instituições financeiras e de extorsões mediante
sequestro, como o caso Pedro Paulo Lemes” O caso menino Pedrinho” de cinco anos
de idade, que foi sequestrado dentro de casa, no dia 27 de junho de 2012 e
libertado duas semanas depois, no Distrito de Cirilândia, na cidade de
Palmeirante, no Tocantins após intervenção do GRT.
Uma das maiores façanhas do Grupo ocorreu
em novembro de 2020, quando policiais do GRT conseguiram desativar um cinto de
explosivos que foi colocado por criminosos em um gerente de uma agência
bancária na cidade de Codó no intuito de roubar a instituição financeira
mediante ameaças e sequestro dos familiares da vítima.
“Nesse contexto, os policiais civis do
Grupo, já enfrentaram vários casos, e complexos, com pleno sucesso, inclusive
tem em seu currículo a honra de ter “estourado” cativeiros e retirados os
reféns com segurança por diversas vezes sem mortes de reféns”, acrescentou um
dos delegados do Grupo, que também não será identificado.
Entre várias operações executadas com
sucesso, o delegado destacar uma das mais marcantes de sua carreira. “Muito
embora não tenha sido criado para trabalhar como “policiamento de choque”
(utilizado muito mais na PM, para conter distúrbios civis), uma das missões
mais arriscadas e que a morte parecia iminente aos integrantes do GRT, se deu
naquela que ficou batizada de “a noite mais escura”. Em junho de 2013 durante
protestos nacionais, de grande participação popular uma multidão ensandecida
cercou uma equipe de seis policiais do CTA em frente a UFMA. Na ocasião, como a
cidade toda tinha multidões enfurecidas em conflito com as Forças de Segurança,
a PM não tinha como mandar equipes para ajudar, portanto, o GRT foi destacado
para auxiliar a equipe do CTA. Num confronto com uma multidão extremamente
agressiva, os policiais eram alvejados por paus e pedras, além de rojões de
foguetes e coquetel molotov (garrafa com gasolina e um pano em chamas). Com
muito custo e depois de muitos disparos com munições de borracha e gás
lacrimogênio, os quatorze policiais (8 do GRT e 6 do CTA) conseguiram escapar do
brutal e violento cerco, mas, um dos integrantes do GRT perdeu um dos dedos da
mão devido uma pedrada que recebera. Na ocasião, um dos integrantes afirmou:
“naquela noite mais escura, eu achei que todos nós iriamos morrer, de verdade,
fomos cercados por uma multidão incontável, erámos só quatorze, tivemos
parceiros feridos e muito lesionados, porém, mais uma vez, o treinamento e as
táticas nos salvaram”, disse o delegado.
O GRT é reconhecido nacionalmente como
“expert” em intervenção com “explosivos improvisados” utilizados por
assaltantes de bancos. Destruiu, inutilizou, desativou e auxiliou na perícia de
centenas de artefatos explosivos em todo Maranhão e nordeste. Não é de hoje que
alguns integrantes do GRT são convidados a ministrar cursos sobre esse tipo de
matéria em outras instituições de segurança do país.
Outro dado característico é o emprego de
“Snipers”, que são atiradores de precisão que atuam para solução de crises,
geralmente com reféns, bem como em outros tipos de situações que exigem sua
presença.
O Grupo de Resposta Tática possui quatro
deles em atividade, todos devidamente “brevetados” e já utilizou os mesmos em
missões reais, tanto anti-material a exemplo disso ocorreu quando um dos
snipers conteve uma caminhonete em uma operação ou em um assalto a banco no
interior do Estado, onde o sniper foi obrigado a acertar um criminoso armado de
fuzil a uma distância de duzentos e dois metros.
Eles também atuam como observadores, como
ocorreu o caso que envolveu uma mulher sequestrada pelo namorado em na cidade
de Pinheiro. Na ocasião, um dos snipers passou 11 horas em cima de um telhado e
olhando por sua luneta conseguia observar tudo o que ocorria por uma fresta da
janela no local de cativeiro e transmitia tudo ao negociador.
Segundo o delegado geral de Polícia Civil
do Maranhão, André Luís Gossain, para integrar o GRT, primeiramente o candidato
tem que ser policial civil, se inscrever no processo seletivo, ser aprovado no
Teste de Aptidão Física (TAF) e depois se formar no Curso de Operações Táticas
Especiais(COTE) ministrado pelo próprio GRT.
Durante o COTE os policiais civis são
submetidos a instruções de alto nível de qualidade, complexas e arriscadas, a
maior carga horária é relativa a C.Q.B, depois o aluno ainda treina o suficiente
com armas e explosivos, combate urbano/rural, operações aéreas, embarcações
aquáticas, rapel e muitas outras matérias operacionais relevantes, além de ter
contato com psicologia aplicada nas crises, socorriam de combate, anatomia do
P.A.F (perfuração por arma de fogo), inteligência, interceptações de dados,
perícia em local de crime.
O objetivo do COTE é selecionar policiais
que tenham atributos especiais para desempenhar atividades não convencionais.
“Uma vez que estes profissionais são treinados para alcançar objetivos
específicos utilizando-se de métodos que fogem ao padrão policial regular
empregado no dia a dia, valendo-se de pessoal e material (armas e equipamentos)
diferenciados, operando em ambientes diversos (rural e/ou urbano, na água/mato/aeronaves),
buscando a solução de ocorrências críticas de forma técnica, ética e legal”,
destacou André Gossain.
“O CQB que é forma de treinamento em
ambientes fechados, é o ponto mais alto do COTE, pois o aluno é submetido a
entrar em simulacro de casas, com baixa luminosidade e cômodos apertados, tendo
que se deslocar, selecionar alvos, disparar munição real com acerto, recarregar
e se comunicar, tudo isso em questões de segundos”, ressaltou o delegado.
O COTE do Grupo de Resposta Tática (GRT) é
reconhecido nacionalmente como um treinamento de alto nível, é altamente
disputado, com duração estimada de aproximadamente 60 dias, o COTE terá neste
ano de 2021 mais uma edição.
O delegado geral ainda explicou que para os
profissionais de segurança de outros estados participarem do COTE, se faz
necessário uma solicitação da Unidade de Operações da Força a qual o
profissional esteja lotado, além da disponibilidades de vagas.
Desde a sua criação, o GRT já formou
através do seu COTE (Curso de Operações e Táticas Policiais) diversos policiais
do Estado do Maranhão e outras federações.
“Teste seus limites, colocando à prova sua
capacidade física (resistência, velocidade, força, coordenação, flexibilidade e
equilíbrio), estabilidade emocional (autoconhecimento, autoconfiança,
concentração, determinação e disciplina), raciocínio analítico (percepção
contextual, criatividade, adaptabilidade, praticidade e autonomia) e valor
moral (honra, comprometimento, lealdade, senso da justiça e honestidade”,
finalizou o delegado geral André Luís Gossain.
Este ano o processo seletivo terá suas
inscrições iniciadas no dia 24/05/2021 e encerradas no dia 07/06/2021. O
Policial Civil poderá ter contato com o Edital do COTE, onde constam todas as
informações, no site oficial da Polícia Civil do Maranhão.
Por:
Anselmo Oliveira
ASCOM-PC
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