Após um ano e meio de espera, o enfermeiro Alberto Rodrigues da Silva foi condenado pelos crimes relacionados à morte da esteticista Erinalva de Jesus Dias. O julgamento, que durou mais de 24 horas, ocorreu no Fórum de Justiça de Lago da Pedra (MA) nesta segunda-feira (2). Apesar da condenação, a decisão gerou frustração na família da vítima e levantou debates sobre a sensação de impunidade no sistema judicial brasileiro.
A Condenação e as Condições da Pena
Alberto foi condenado a um pouco mais de dois anos de prisão pelos crimes de homicídio culposo e exercício ilegal da medicina. No entanto, como já cumpriu cerca de um ano e meio em prisão provisória, restam aproximadamente sete meses para cumprimento da pena, que será em regime aberto.
De acordo com o promotor de Justiça Aarão Castro, o juiz impôs condições ao cumprimento da pena, como a proibição de se ausentar da comarca sem autorização, comunicação de mudanças de endereço e comparecimento periódico à Justiça. Alberto será recambiado à unidade prisional para procedimentos administrativos antes de iniciar o regime aberto.
A defesa, representada pelo advogado Amândio Duarte, destacou que a pena foi ajustada de acordo com a legislação, considerando o tempo já cumprido. "Sua liberdade está restabelecida, com medidas que foram impostas pelo juízo", explicou o advogado.
Revolta da Família da Vítima
Idelvane Silva, marido de Erinalva, expressou sua indignação com o resultado do julgamento, afirmando que a decisão reforça a sensação de impunidade.
"Aquela dor que a gente já sente diariamente com o luto eterno, achávamos que seria amenizada com a condenação. Mas, infelizmente, a justiça não foi feita.
É como se o crime realmente compensasse", desabafou Idelvane.
Relembre o Caso
Erinalva, de 37 anos, morreu em maio de 2023 após uma cirurgia plástica ilegal realizada por Alberto Rodrigues no Hospital Municipal de Lago dos Rodrigues. Na ocasião, o enfermeiro usava documentos falsos para se passar por médico.
Além de Erinalva, outra vítima foi identificada: uma professora de 35 anos que relatou sequelas graves após ser operada por Alberto. Ele também foi acusado de realizar uma cirurgia ilegal em Turiaçu (MA), onde usou o nome falso de "Dr. Guilherme".
Discussão sobre Justiça e Impunidade
O caso reacendeu o debate sobre a eficácia do sistema judiciário e a sensação de inversão de papéis entre criminosos e vítimas. Para muitos, a pena aplicada não reflete a gravidade das ações de Alberto, que colocaram em risco a vida de várias pessoas.
O julgamento e sua repercussão servem como alerta para a necessidade de maior rigor na fiscalização de profissionais da saúde e no combate a práticas ilegais que colocam vidas em risco.
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