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| Esta foto é meramente ilustrativa |
Katrin
é uma estilista de Goiás que gosta de fazer sexo anal; Fernanda tem habilidades
orais extraordinárias; Janaína estava de costas quando a
fotografaram. Todos os nomes acima são fictícios. Suas histórias, não.
Elas são apenas algumas das garotas que vieram parar no meu celular através do
WhatsApp, um aplicativo de mensagens que acabou se tornando um verdadeiro
armazém de pornografia amadora.
Em
circunstâncias normais, isso não seria um problema. Acontece que as
protagonistas desta história, em sua imensa maioria, estão ali contra a sua
vontade – e são expostas de uma maneira literalmente incontrolável na era do
smartphone. Na gíria popular, elas “caíram na net”. Se isso é uma
novidade? De maneira alguma. Há um bom tempo o SMS, o email e o Messenger são
usados por sujeitos de caráter escuso para divulgar suas conquistas sexuais.
Tratava-se
de um processo relativamente lento, porém. O rapaz passava o material para um
amigo, que repassava para outro e por aí a coisa andava. Mas a popularização do
WhatsApp foi como botar um motor de McLaren numa engrenagem que andava em ritmo
de Fiat 147. É comum as pessoas terem, hoje em dia, vários grupos no
WhatsApp: faculdade, escola, trabalho, pôquer, futebol e por aí vamos. Bastam
dois cliques (literalmente) para repassar qualquer arquivo para dezenas de
pessoas em questão de segundos. E nem precisa dizer que esse arquivo, em
90% dos casos, é pornografia amadora. Quase sempre contra o consentimento da
modelo, claro.
Nos
últimos tempos, a prática tornou-se ainda mais sofisticada. Agora junto dos
vídeos e fotos, são compartilhados print screens do perfil da garota no
Facebook ou no Instagram, para que não haja dúvida quanto a sua
identidade. E para deixar claro que ela “caiu na net” contra sua vontade –
elevando o grau de qualidade do material, pois o proibido é mais gostoso – são
compartilhadas também conversas da garota no próprio WhatsApp, nas quais ela
mostra sua decepção por ter sido traída pelo parceiro. Às vezes há até o seu
telefone, o que resulta invariavelmente no assédio de dezenas homens. É
uma humilhação em dose completa, pode-se dizer assim.
Há uma corrente de pensamento que bota nelas a culpa disso
acontecer. Afinal, quem mandou tirar a foto ou fazer um vídeo erótico? Mas
dizer isso é tão absurdo quanto justificar um estupro porque a garota vestia
uma saia curta demais: “Ela estava pedindo.” Poucas atitudes são tão
covardes quanto trair e expor uma pessoa que confiou e se abriu para você. E
não digo que os homens covardes são uma novidade de 2014. Eles apenas parecerem
ter feito do WhatsApp seu habitat natural.

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