O crime
chocou a opinião pública pelo requinte de crueldade com que foi cometido. Na
manhã de sábado, o corpo de um recém-nascido parcialmente enterrado na areia,
foi encontrado em frente a uma oficina, às proximidades de um motel, na 32ª Rua
do bairro Santo Antônio.
Uma
guarnição da Polícia Militar foi destacada para preservar o local. As
investigações foram desenvolvidas pela própria PM, mas com poucas informações.
Já na noite de segunda-feira, dois dias depois do crime, uma informação levou a
polícia até a jovem Ana Cláudia Delmonte Pereira, de 21 anos de idade. Ela
estaria começando a trabalhar em uma casa noturna na travessa 13 de Maio. Foram
feitas as primeiras incursões, mas sem resultado. Em seguida, uma nova
informação alertava a polícia. A jovem havia confessado o crime para as colegas
de trabalho, e as mulheres já se mobilizaram para fazer justiça com as próprias
mãos. Minutos depois, a PM faz a detenção da acusada. Ela foi interrogada e
logo admitiu a culpa.
Ana Clara
disse que estava grávida de quatro meses, mas isso só será confirmado através
de laudo da perícia. Ela também confessou que a criança ainda estava viva
quando foi enterrada. Mas Ana Clara não fez tudo sozinha. Antes de passar pelo
aborto, a jovem contou que consumia drogas no quarto de um motel acompanhada de
um homem, que ela disse se chamar “Daniel”. A polícia foi a três lugares, antes
de localizar o suspeito. Primeiro, na 28ª Rua, bairro São Tomé. Em seguida, na
15ª, no mesmo bairro, onde a polícia foi informada de que o homem, identificado
como Daniel dos Santos Pereira, 29, estaria na casa dele, no residencial Viva
Itaituba. Mais uma investida, desta vez com sucesso. Daniel já estava dormindo
quando foi “visitado” pela polícia.
O suspeito
tentou argumentar, mas foi reconhecido e incriminado pela mulher, que já estava
detida. “Daniel” recebeu voz de prisão e foi conduzido para a viatura para ser
apresentado ao plantão da Seccional de Polícia. Ele foi apontado como a pessoa
que enterrou a criança. Depois de efetuadas as prisões, o subtenente Antônio
Dutra, que comandava o grupo de policiais voltou a conversar com a reportagem,
e confessou que, apesar de três décadas como policial, poucas vezes acompanhou
um caso tão chocante.
Delegado Jardel Guimarães |
Em Tempo -
A polícia informou, ainda, que o casal já estaria fora da condição de
flagrante, mas que pode ser pedida a custódia preventiva como medida cautelar.
Também será aguardado o laudo do IML, para saber exatamente o período de
gravidez e as condições clínicas em que a criança estava ao nascer. Só então
será possível fazer a devida tipificação penal, que pode incluir homicídio,
infanticídio ou ocultação de cadáver.
Fonte: Mauro Tores Tapajós em Foco
com Fotos de Junior Ribeiro
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