Nova
política de preços foi aprovada nesta quinta-feira (13).
Redução na bomba depende dos postos; previsão é que caia a partir de 2ª.
Redução na bomba depende dos postos; previsão é que caia a partir de 2ª.
Petrobras detalha nova política de preços em coletiva no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira. (Foto: Daniel Silveira/G1) |
A Petrobras informou nesta sexta-feira (14) que a diretoria executiva da
companhia aprovou na véspera a implantação de uma nova política de preços de
gasolina e diesel comercializados em suas refinarias. O G1 havia
antecipado que a redução ocorreria ainda neste ano.
“Nós temos os
tanques bem abastecidos pra atender o final de semana. E qualquer produto que
chegar na segunda-feira já vem com o preço novo”,"
José Alberto Gouveia, do Sincopetr
Nós temos os
tanques bem abastecidos pra atender o final de semana. E qualquer produto que
chegar na segunda-feira já vem com o preço novo”,"
José Alberto
Gouveia, do Sincopetro
A companhia decidiu reduzir o preço do diesel em 2,7% e da gasolina em
3,2% na refinaria. Esses preços entrarão em vigor a partir da zero hora de
sábado (15).
"Pode-se esperar um maior número de reajustes. A expectativa é que
a gente possa fazer uma avaliação mais rápida dos nossos preços", disse o
presidente da Petrobras, Pedro Parente.
·
Preço nas bombas dos postos deve cair a partir de segunda-feira (17).
Foto: Reprodução EPTV)
Segundo a petroleira, se a redução aplicada na refinaria for
integralmente repassada ao consumidor final, na bomba dos postos, o diesel pode
cair 1,8%, ou R$ 0,05 por litro. Já a gasolina pode cair 1,4%, ou R$ 0,05 por
litro. A última redução dos preços dos combustíveis foi em junho de 2009.
"Commodities são precificadas pelo mercado. Nós vamos nos
referenciar pelo preço de mercado", disse o diretor de refino e gás
natural, Jorge Celestino, ao explicar a base da política de preços.
De acordo com comunicado da Petrobras, enviado à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), a decisão considerou "o crescente volume de
importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a
sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados".volume de
importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a
sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados".
Segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Ivan
Monteiro, essa nova política não altera em nada a meta da companhia. Pode
acarretar uma queda de receita, mas, como um todo, não vai impactar o
planejamento estratégico.
Durante a coletiva de imprensa, Parente destacou que serão realizadas
reuniões mensais para avaliar os preços, com resultados divulgadas à imprensa e
por meio dos canais de relacionamento da companhia. "Isso tudo tem o
objetivo de levar para a sociedade e para o mercado à transparência que se
espera."
Na bomba dos postos
O presidente do sindicato dos donos de postos de São Paulo (Sincopetro), José
Alberto Gouveia, calcula que os postos começarão a repassar a redução do preço
da gasolina e diesel a partir de segunda-feira (17).
"Nós temos os tanques bem abastecidos pra atender o final de
semana. E qualquer produto que chegar na segunda-feira já vem com o preço
novo”, explica.
Segundo ele, mesmo que algum posto permaneça com os tanques cheios na segunda-feira, ao ver que outros postos estão reduzindo o preço eles preferirão perder dinheiro a perder o cliente.
Segundo ele, mesmo que algum posto permaneça com os tanques cheios na segunda-feira, ao ver que outros postos estão reduzindo o preço eles preferirão perder dinheiro a perder o cliente.
“A partir de segunda ou terça alguns postos já começam a ter redução pro
consumidor pra competir com o mercado e o consumidor com certeza vai pagar
menos. Assim os donos de postos também ganham novos clientes”, diz.
Gouveia ressalta que a redução do preço é na gasolina A, e não inclui a
carga de impostos nem o etanol anidro, que chega a 27% na mistura.
Por isso, ele preferiu não fazer uma previsão de quanto seria a redução em centavos por litro de gasolina e diesel.
Por isso, ele preferiu não fazer uma previsão de quanto seria a redução em centavos por litro de gasolina e diesel.
Mais cara do que no exterior
Atualmente, a gasolina comercializada no Brasil está até 30% mais cara que na média dos preços no exterior, de acordo com cálculos de economistas que acompanham esse mercado.
Atualmente, a gasolina comercializada no Brasil está até 30% mais cara que na média dos preços no exterior, de acordo com cálculos de economistas que acompanham esse mercado.
O último aumento nos preços dos combustíveis nas refinarias foi
anunciado em setembro do ano passado: 6% para a gasolina e 4% para o diesel.
Desde então, a Petrobras vem obtendo elevada margem de lucro com a venda
de combustíveis, permitindo à empresa recuperar parte das perdas que teve no
período em que o governo a obrigou a manter os preços artificialmente
represados.
Sem interferência
Em junho, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que o governo do presidente Michel Temer não iria interferir nas decisõesda estatal envolvendo reajuste no preço dos combustíveis no Brasil. De acordo com ele, essa seria uma decisão "empresarial".
Em junho, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que o governo do presidente Michel Temer não iria interferir nas decisõesda estatal envolvendo reajuste no preço dos combustíveis no Brasil. De acordo com ele, essa seria uma decisão "empresarial".
Em abril, a Petrobras informou que "não havia previsão", no
momento, de reajuste nos preços de comercialização de gasolina e diesel, em
meio a expectativas do mercado de que uma redução seria anunciada na ocasião.
Na época, analistas afirmaram que uma redução nos preços dos
combustíveis seria muito negativa para a Petrobras, uma vez que aumentaria a
pressão sobre o fluxo de caixa da estatal, que busca se recuperar de prejuízo
de R$ 36,9 bilhões no quarto trimestre.
O governo da ex-presidente, Dilma Rousseff, sofreu críticas no passado
por segurar aumento do preço dos combustíveis em momentos de valorização do
petróleo no exterior – os preços aqui seguem cotações internacionais.
Segundo os críticos, a medida trouxe prejuízos à Petrobras. O governo,
porém, alegava que essa política evitava oscilações prejudiciais aos
consumidores e auxiliava no controle da inflação.
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