Desembargador Thompson Flores afirma que pré-candidatura do petista não é fato novo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em comício no dia 16/03 de 2018 - Paulo Whitaker / REUTERS
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SÃO PAULO - O presidente do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu no início
da noite deste domingo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva deve continuar preso. O desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz
afirmou que o caso compete mesmo ao relator do processo, Gebran Neto,
e não ao plantonista Rogério Favreto.
Flores tomou a decisão após
ser provocado pela Procuradoria Regional da República da 4ª Região — o
Ministério Público Federal (MPF) pedia, em linhas gerais, que ele decidisse
qual dos dois desembargadores era o responsável pelo caso. Um dos argumentos de
Flores para tirar o caso de Favreto é que a pré-candidatura de Lula não é um fato
novo.
"Rigorosamente, a
notícia da pré-candidatura eleitoral do paciente é fato público/notório do qual
já se tinha notícia por ocasião do julgamento da lide pela 8ª Turma desta
Corte. Nesse sentido, bem andou a decisão do Des. Federal Relator João Pedro Gebran
Neto".
Para Flores, o desembargador
plantonista Favreto não tinha poder para tomar esse tipo de decisão e que,
portanto, a decisão do relator Gebran Neto deveria ser a definitiva.
"Determino o retorno
dos autos ao Gabinete do Des. Federal João Pedro Gebran Neto, bem como a
manutenção da decisão por ele proferida", disse, em referência à decisão
que manteve Lula na prisão.
O deputado federal Wadih
Damous (PT), um dos autores do pedido de habeas corpus, informou que a defesa
de Lula vai contestar a decisão de Thompson Flores. Segundo o parlamentar, o
presidente do TRF-4 não poderia interferir na controvérsia entre Gebran Neto e
Favreto.
Os advogados do
ex-presidente ainda vão se reunir para decidir que caminho jurídico será tomado
a partir de agora.
— A decisão do Thompson
Flores é um absurdo, completamente ilegal. A competência do desembargador
plantonista só poderia ser revogada por uma decisão colegiada ou um tribunal
superior. Isso mostra a anarquia do poder judiciário — disse o parlamentar.
IDAS E VINDAS
O desembargador Rogério
Favreto, plantonista do TRF-4 neste fim de semana determinou
a soltura de Lula às 9h05 deste domingo, ao analisar um pedido de
habeas corpus apresentado na noite de sexta-feira por três deputados federais
do PT.
A decisão abriu caminho para
uma série de contestações que só terminaria com a decisão de Thompson Flores,
ao final do dia.
No início da tarde, pouco
depois das 12h, o juiz Sergio Moro
questionou a competência do desembargador Favreto para julgar o caso e
afirmou que as autoridades policiais não deveriam seguir a determinação do
plantonista até que o relator da Lava-Jato, Gebran Neto, se manifestasse.
Às 14h13, Gebran
revogou a liminar de Favreto, afirmando que ele, sim, era o
responsável natural de todas as decisões envolvendo Lula. Fraveto reiterou sua
decisão cerca de três horas depois e chegou a dar o prazo
de uma hora para que Lula deixasse a cadeia.
Diante do impasse, o MPF
recorreu a Thompson Flores para dar a palavra final. O presidente do TRF-4
concordou com o entendimento que o caso deveria ficar a cargo de Gebran Neto e
que, portanto, o ex-presidente petista deveria continuar preso.
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