Novo educador deve
avaliar se o processo de aprendizagem está gerando resultados e identificar em
que estágio da jornada de conhecimento está o aluno, na análise de Claudia
Costin
"Ninguém vai
ensinar a pensar se o professor é um mero fornecedor de aulas
expositivas", a reflexão é de Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas
Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial, no último encontro da Trilha A+ de
Conhecimento, série de lives sobre educação e tecnologia
promovida pela Plataforma
A+ .
No encontro virtual,
mediado por Thais Bento e Roberta Bento, da SOS Educação, a especialista
debateu a aprendizagem baseada em dados, o lado do CEO da Plataforma A+, Alexandre
Sayão, e destacou que o novo papel do professor deve atuar como um assegurador de aprendizagem, ou seja, reunir
informações sobre o impacto da sua atividade. "Ele tem que avaliar se o
seu processo de ensino está gerando os resultados desejados e precisa
identificar em que estágio da jornada de aprendizagem está o aluno",
defende Claudia.
A educadora explicou
ainda que é fundamental analisar criteriosamente os diferentes níveis de
aprendizagem das turmas, para que não retrocedam os que estão em estágios mais
avançados, e entender como promover evolução igualitária ao longo do processo.
Ainda durante o
encontro, Alexandre Sayão reforçou que o desafio é gigante, em especial, neste
período pós pandemia. De acordo com o CEO, é preciso definir o propósito da
educação, que é educar e garantir a aprendizagem, e entender que caminhos
trilhas e como atingir os objetivos. "Os dados indicam se você está na
rota certa, ajudam a fazer planejamento mais assertivo, e priorizar a prática
pedagógica a partir de evidências concretas e não de achismos, e em um processo
contínuo", afirmou.
A boa notícia,
segundo os especialistas, é que, assim como no varejo, na indústria, e no setor
financeiro, o uso de dados na educação avança a passos largos, embora ainda
exista um longo caminho pela frente. A tecnologia tem sido grande aliada no
processo de captação de dados, otimização e análise de cenários. Em colégios
grandes, com 30, 40 alunos, é possível identificar a lacuna de aprendizagem de
cada um e intervir de forma eficiente na prática pedagógica.
Claudia Costim
reforça que é evidente o trabalho colaborativo entre professores e escola e
destaca que mesmo instituições que não possuem tecnologia de ponta, é possível
identificar em que etapa cada aluno está, só que é muito mais trabalhoso.
Para a educadora,
todas os professores, de escolas ricas e pobres, podem e devem aprender a
trabalhar com dados. "Professores de escolas públicas reais, de estados e
municípios pobres, como Sobral e Mucambo, no Ceará, se destacaram no IDEB de
seus municípios e estados porque aprenderam a trabalhar com dados. Todo
educador aprende a trabalhar com dados. É uma questão de formá-lo para isso, de
criar um clima favorável para o trabalho colaborativo com base em dados. A
partir daí, podemos construir um novo papel para o professor que, certamente,
será muito mais valorizado", avalia.
Para entrevistas e
mais informações à imprensa:
Heloizi Parra
FSB Comunicação
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