Do: Blog do Garrone
A
mídia sarneysista ao divulgar o levantamento realizado pela consultoria
Macroplan, publicado pela revista Exame, sobre as condições de vida nos 26
estados brasileiros e mais o Distrito Federal, desta vez se superou.
Ao contrário da contumaz manipulação, que lhe é característica,
ela partiu para o completo absurdo ao interpretar os resultados da pesquisa com
um cinismo e hipocrisia sem iguais.
A manipulação exige uma realidade a ser manipulada; a dissimulação
oculta o que não se consegue manipular!
Uma coisa é descontextualizar um fato para redimensioná-lo de
acordo com seus interesses; outra é se amparar na invencionice transtornada por
seus anseios, como foi o caso da mídia sarneysista ao “noticiar” o ranking da
consultoria Macroplan onde o Maranhão aparece como o pior local para se morar,
como se isto fora resultado do governo Flávio Dino e não consequência dos
quatro mandatos da ex-governadora Roseana Sarney, dois deles entre 2009 e 2014.
O Índice dos Desafios da Gestão Estadual (IDGE), desenvolvido pela
consultoria, avaliou a situação de todas as unidades da federação em 28
indicadores agrupados em nove áreas (saúde, segurança, gestão pública,
educação, juventude, infraestrutura, condições de vida, desenvolvimento
econômico, e desenvolvimento social) de 2005 a 2015, o primeiro ano do atual
governo contra os últimos seis de Roseana.
E isto sem contar a grave crise econômica iniciada em 2014 que
resultou na queda do PIB e no significativo aumento da taxa de desemprego, que
em 2015 afetou diretamente as áreas de desenvolvimento econômico e social. Em
dez anos, a desigualdade de renda aumentou no Maranhão, que caiu do 5º para o
26º lugar.
Enquanto uns culpam Flávio por tudo, outros se limitaram ao biênio
2014/2015 para destacar um “expressivo retrocesso”, de um ano para o outro. Um
equívoco, na melhor das hipóteses, por preguiça de apurar os dados, que
contradizem a revista Exame e de certa forma a própria pesquisa, já que não há
como explicar que o falido, por exemplo, estado do Rio de Janeiro, seja melhor
local para morar do que o Maranhão!
Embora não se possa responsabilizar a administração Dino pelos
resultados de dez anos e tampouco equiparar um ano de governo, 2015, em plena
crise econômica, com seis, 2009/2014, entre os quais 2013 quando o Brasil teve
o terceiro maior crescimento econômico do mundo, o “expressivo retrocesso” só
existiu na cabeça e no bolso de quem perdeu as benesses do governo anterior.
Os números da Macroplan mostram, na verdade, avanços
significativos se levarmos em conta o pouco tempo de mandado, a situação do País
e a miséria arraigada depois de 40 anos de domínio da oligarquia Sarney no
estado.
Comparando os 27 indicadores, os dados da transparência não foram
atualizados, de 2015 com 2014, o sexto ano consecutivo de mando de Roseana, o Maranhão teve
crescimento em 11, manteve a mesma posição em 9 e teve queda em 7.
Na síntese dos indicadores o estado continuou na última colocação
do ranking, mas aumentou o seu IDGE entre 14 e 15 de 0,423 para 0,432. Das 9
áreas que englobam os 28 indicadores, houve queda em quatro. Uma delas, a de
Gestão Pública, que caiu de 0,336 para 0,335 não reflete a realidade de então
por não incluir o índice atualizado da Transparência de 2015. O cálculo da
qualidade das instituições foi feito apenas com a Taxa de Congestionamento da
Justiça Estadual (1º grau), e esta evoluiu da 17º para a 14ª posição.
No entanto, o IDGE confirma a peculiaridade obscura do governo
Roseana ao registrar que a Transparência despencou do 10º para a 22º lugar de
2010 a 2014, por coincidência o mesmo período de atuação de uma organização
criminosa, que segundo o Ministério Público foi montada para desviar recursos
públicos protegida por um filtro que impediam a publicidade dos gastos
públicos, principalmente as isenções fiscais e compensações tributárias
suspeitas.
A partir do final de 2015 o Maranhão recebeu nota máxima e
continua na primeira posição dos rankings divulgados pela Controladoria Geral
da União, o atual Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.
As outras quedas registradas pelo IDGE entre 2014 e 2015 foram nos
indicadores de Desenvolvimento Econômico, de 0,384 para 0,373, Desenvolvimento
Social, de 0,411 para 0,364, e Juventude, de 0,365 para 0,301.
Por outro lado, o Maranhão subiu posições nos indicadores de
Condições de Vida (0,249 para 0,279); Infraestrutura (0,605 para 0,628),
Segurança Pública (0,555 para 0,605), Saúde (0,437 para 0,459) e Educação
(0,392 para 0,431).
Podem parecer pouco, mas já é um sinal de que o Maranhão realmente
começou a mudar a partir de 1º de janeiro de 2015, pelo menos para a maioria
dos maranhenses!
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